De todo resíduo gerado no país, 40% pode ser reaproveitado no emprego de novos produtos. Contudo, a reciclagem depende de alguns fatores para conquistar uma estrutura sólida e efetiva, que passa pela cadeia do descarte correto até a coleta e triagem desses itens. Para tal, há a necessidade de uma conscientização ambiental, que tem início em casa.
Nas residências e escritórios, o lixo orgânico deve ser separado do que é reciclável. Alumínio, papel, vidro e plástico são materiais reaproveitáveis, porém, precisam ser descartados sem resíduos como a gordura, por exemplo.
Com eles limpos e secos, a separação ganha maior rapidez e eficiência, além da obtenção de uma triagem mais criteriosa. “Embalagens com restos de alimentos ou sujas por algum tipo de resíduo acabam sendo inutilizadas no processo de reciclagem, o que faz perdemos algo valioso”, alerta o diretor-presidente da Transforma Energia, Felipe Barroso.
Em seu Centro de Valorização de Resíduos localizado em Caiabu – 20 km de Presidente Prudente, a empresa conta com moderno complexo industrial, sendo que duas plantas já estão em operação: a de Resíduos de Construção Civil e a de Grandes Volumes.
Até o início de 2022, a expectativa é de começar as atividades da Planta de Resíduos Sólidos Urbanos. “Contudo, já estamos selecionando e contratando ex-catadores para o nosso centro de triagem. Atualmente, já temos um time altamente capacitado trabalhando na seleção de itens nas duas plantas em operação”, comenta.
Descarte correto, meio ambiente protegido
Uma das preocupações da Transforma Energia é realizar a destinação correta desses resíduos. Para tal, promove a capacitação de catadores visando estabelecer parcerias para que itens com poder reciclável não parem em aterros ou em locais de descarte irregular.
“Nacionalmente, são apenas 4% de todos os recicláveis reaproveitados. Isso é uma porcentagem muito pequena. Podemos melhorar por meio de capacitação e gestão responsável. Para isso, precisamos dessas pessoas que têm grande importância em toda essa cadeia de produção que inicia na coleta seletiva”, frisa.
Educação ambiental
O comportamento da sociedade perante ao descarte e reaproveitamento de recicláveis só sofrerá mudanças por meio da conscientização coletiva. E o caminho mais curto para que as pessoas saibam sobre a importância da reciclagem e também de como fazê-la é pela educação ambiental.
Dentro da unidade da Transforma Energia, 12 alqueires foram destinados para a implantação do Instituto Transforma, que é o braço socioambiental de educação, comunicação e cultura da empresa mantenedora.
“É neste espaço onde nós vamos ter uma unidade pedagógica demonstrativa de uso sustentável da terra e de melhores práticas produtivas e em relação a resíduos. Capacitação técnica e profissional de pessoas ligadas ao setor, de formação socioambiental e atividades culturais”, descreve o presidente do instituto, Fr. Phillip Neves Machado.
Para tal, foram seladas parcerias com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Escola Técnica Estadual (Etec), ambas de Prudente. “A parceria visa o fomento de atividades socioeducacionais e também da construção do projeto arquitetônico da sede do instituto”, adianta.
Paralelamente, é desenvolvido projeto de capacitação de professores da rede municipal de ensino dos municípios de Caiabu, Martinópolis e Indiana. “A educação ambiental e cultural é o caminho para a transformação da sociedade”, finaliza.