A cada ano, aproximadamente 80 milhões de toneladas de lixo são gerados no país, porém, apenas 4% são reciclados. Para muitos, é algo que não tem mais valor, para outros pode significar matéria prima, renda e reaproveitamento. Atualmente, são perdidos R$ 14 bilhões por ano com a falta de reciclagem adequada do lixo.
Utilizado como braço para a fomentação da educação ambiental, o processo de reciclagem envolve a coleta, triagem e processamento dos resíduos, como jornais, revistas, caixas de leite, latas de aço, alumínio, garrafas, vidros e frascos plásticos e muitos outros materiais que podem e devem ser reaproveitados.
A reciclagem ganha importância ao reduzir a quantidade de resíduos (lixo não reciclável) enviados para aterros sanitários, prolongando a vida útil desses locais. Na outra ponta, também promove renda a catadores e cooperados que sustentam suas famílias com os itens recolhidos e separados todos os dias.
“A realidade é que o avanço da tecnologia promove uma verdadeira transformação na forma de aproveitar, reutilizar e dar valor aos resíduos. E o mundo, nos últimos anos, passou a enxergar o valor dos resíduos e dar um tratamento adequado a eles, a transformá-los em matéria-prima ou em um novo produto”, comenta o diretor-presidente da Transforma Energia, Felipe Barroso.
Atualmente, a empresa constrói um dos mais modernos complexos industriais de recebimento de resíduos do país, com foco principal na recuperação energética e sustentabilidade por meio do processamento, reaproveitamento, reciclagem e destinação final de rejeitos.
Em uma área de 51 alqueires localizada da cidade de Caiabu – 20 quilômetros de Presidente Prudente -, a Transforma Energia contará com três plantas industriais, sendo que duas já estão em fase de construção, além de duas áreas de aterros.
O começo do processo de reciclagem
A reciclagem é basicamente o processo de reaproveitamento do lixo descartado, dando origem a um novo produto ou a uma nova matéria-prima com o objetivo de diminuir a produção de rejeitos e o seu acúmulo na natureza, reduzindo o impacto ambiental.
A primeira etapa para um processo contínuo e eficiente começa em casa, com as pessoas separando o plástico, vidro, metal e papel em recipientes diferentes facilitando o trabalho das cooperativas.
Desde 2003, Presidente Prudente conta com coleta seletiva, sendo realizada pela Cooperativa de Trabalhadores de Produtos Recicláveis (Cooperlix) em todos os bairros representando uma melhoria da qualidade vida e renda de cerca de 90 trabalhadores.
Paralelamente, catadores independentes também realizam o recolhimento de recicláveis na cidade, porém, de maneira totalmente informal e sem acompanhamento do setor público, o que pode gerar possível descarte irregular das sobras.
Segundo pesquisas, 90% de todo material reciclado vem do esforço do catador, que é visto atualmente como um agente ambiental. Envolver os catadores de material reciclável em programas de logística reversa ou de capacitação de fornecedores são importantes ações a serem tomadas na busca por um meio ambiente mais equilibrado. AQUI SERIA BACANA COLOCAR UMA FALA SUA FELIPE
Ganhos com a reciclagem
N processo de reciclagem, cada 50 kg de papel usado e reciclado impede que uma árvore seja retalhada para a produção de papel. Outro bom exemplo é o vidro, que a cada quilo do material quebrado é possível fazer exatamente um quilo do produto novo.
A reciclagem também reduz o consumo de energia. É o caso do alumínio, um material quase que totalmente reciclável, pois a sua produção a partir da bauxita (recurso mineral não renovável extraído do solo) demanda o consumo de uma grande quantidade de energia elétrica em uma indústria de base.
Cada 50 kg do produto utilizado e reciclado é evitado que 5.000 kg de bauxita sejam retirados do solo.
Central de Valorização de Resíduos
Em seu complexo industrial, a Transforma Energia contará com a Central de Valorização de Resíduos. No local, será processado tudo o que é descartado em várias atividades econômicas, como a industrial, comercial, agrícola, da limpeza urbana e podas de árvores.
E, principalmente, o que é descartado em cada residência urbana, em matéria-prima que poderá voltar para a indústria ou até mesmo para abastecer caldeiras e gerar energia elétrica. “Além de valorizar os resíduos, evitará que eles se transformem em fontes de poluição, principalmente com a geração de gases de efeito estufa e de geração de rejeitos”, fala Barroso.
Logística reversa
A logística reversa é realizada por meio de sistemas que promovem a coleta, reuso, reciclagem, tratamento e/ou disposição final dos resíduos gerados após o consumo de diversos produtos – seja o próprio produto já sem uso, sejam suas embalagens descartadas.
Ela já é uma realidade há mais de 30 anos em vários países europeus. No Brasil, existem experiências específicas para alguns produtos (pneus, óleo lubrificante, embalagens de agrotóxicos, pilhas e baterias) há mais de 10 anos.
Quando todo o complexo da Transforma Energia estiver em operação, será possível produzir areia, terra e brita para o setor de construção civil; material processado para as indústrias de pets, tetra pak, borracha, vidro, plástico, metal e celulose.
“E, principalmente, para abastecer caldeiras de frigoríficos, fábricas de alimentos, usinas de açúcar e até para a produção de energia termoelétrica por meio da produção de material combustível oriundo do processamento”, finaliza.
Foto: DivulgaçãoPMT.